Segunda-feira, 31 de Maio de 2004
Uma nova vela
Comprei uma nova vela...
A outra acabou...
Isto faz-me lembrar as várias fases da vida. Quando uma acaba, outra logo começa.
Tudo tem um ciclo, um ciclo perfeito para que as coisas funcionem, como se fosse uma engrenagem, sem princípio nem fim, mas que só assim faz sentido.
É claro que já não estou a falar da vela...
A vela é apenas um elemento... como outro qualquer. Algo que nos inspira para nos fazer pensar em coisas menos claras ao olho humano.
Espero que esta vela simbolize, no entanto
Uma boa viragem nos próximos tempos
Um novo alento nos dias difíceis
Uma nova companheira nos dias felizes
Domingo, 30 de Maio de 2004
Nos meus sonhos... por outro autor
Encontrei hoje uma quadra de onde podia ter tirado inspiração para o texto de há dois dias "Nos meus sonhos", não deixa de ser curioso...
Je fais souvent ce rêve étrange et pénétrant
D'une femme inconnue et que j'aime et qui m'aime
Et qui n'est, chaque fois, ni tout à fait la même
Ni tout à fait une autre, et m'aime et me comprend.
Verlaine - Poèmes saturniens
Aqui deixo a tradução... enfim, pode dar jeito :)
Tenho muitas vezes aquele sonho estranho e penetrante
De uma mulher que eu amo e que me ama
E que, de cada vez, nem é de todo a mesma
Nem de todo outra, mas que me ama e compreende.
Verlaine - Poèmes saturniens
Sábado, 29 de Maio de 2004
Praia
Hum...
...E o mar bate nas rochas
...E a areia fica molhada
...E as conchas aparecem
...E o sol dá-lhe outra beleza
...E as ondas têm cheiro
...E a espuma têm sabor
...E as pessoas parecem mais soltas
...E as esplanadas ficam cheias
...E a praia fica repleta de toalhas de várias cores
...E a água parece acolher-nos
...E afinal não está assim tão fria
...E vemos peixes pequeninos
...E as pranchas de surf ao longe
...E a leve brisa nos cabelos
...E pessoas a fazer parapente
...E o homem dos gelados
...E o das bolas de berlim
...E depois...?
...E a praia vai ficando deserta
...E cada vez menos gente
...E o mar cada vez mais calmo
...E o sol cada vez mais baixo
...E as gaivotas que pousam e pisam a areia
...E as suas patas deixam pegadas
Fico ali... a admirar o final de tarde como se fosse o último...
Sexta-feira, 28 de Maio de 2004
Nos meus sonhos
Sonho contigo sem saber quem és
Porque apareces em meus sonhos
Porque insistes em mostrar-te
Sonho contigo desde sempre
Desde que me lembro
Desde que te tenho em mente
Sonho contigo a toda a hora
A dormir ou acordada
A sentir ou sem querer
Sonho contigo sem pensar
Se um dia te vou encontrar
Se um dia serás real
Quinta-feira, 27 de Maio de 2004
Fragmentos do Passado - Parte I
Frases que escrevi e que hoje revejo...
"Sei que és realidade mas, não sei quem és de verdade!" - 14-09-1997
"Como um só caminhamos em busca do mesmo horizonte" - 04-09-1998
Quarta-feira, 26 de Maio de 2004
Homenagem
Esse orgão sem dono
Que anda ao sabor do vento e das emoções,
Que nos faz desejar,
Que nos faz sentir,
Que nos leva onde nenhum outro leva,
Que bate com mais intensidade,
Que nos abala e embala,
Que está sempre presente em tudo o que fazemos,
Que nos entende e nos confunde,
Que nos faz vibrar,
Que nos deixa sonhar com impossíveis,
Que nos ama e ama muito,
Que nos comanda contra tudo e contra todos por um ideal,
Que nos desmente quando pensamos que não,
Que nos segue quando pensamos que sim,
Que magoa e é magoado,
Que é forte e sensível...
... que seríamos nós sem ti: coração!!!
Terça-feira, 25 de Maio de 2004
Olhos de quem olha, mas não vê
Páro e olho à minha volta... parece simples, mas não é... pelo menos, não vejo muita gente a fazer o mesmo e a pensar sobre o que olha... mas não vê. Nem sequer estou a falar das coisas mais evidentes...
Um dia destes um amigo meu disse-me:
- Já viste o olhar daquela rapariga?
- Não reparei - disse eu
- Ela olhou-me mesmo nos olhos... tipo, entrou cá dentro!!
Parece banal... mas hoje em dia, as pessoas não vêem com olhos de ver... existe uma indiferença, uma banalidade no olhar, que quando se olha com olhos de ver, o resultado é um diálogo como o que apresentei...
Era um olhar inofensivo... mas atento, perspicaz, seguro... é isso que faz falta... pequenos sinais do que resta da sensibilidade humana. Sim, do que resta (que não é muito)!!