Quarta-feira, 30 de Junho de 2004
Na palma da mão
Na palma da mão...
Um sorriso, uma lágrima
Um sonho, uma viagem
Um objectivo, um sentido
Um desejo, uma tentação
Um som, o silêncio...
["Magoar alguém ainda continua a ser a melhor maneira de ser recordado"
- Rui Zink in A realidade agora a cores]
Na palma da mão...
Uma lembrança, um devaneio
Uma certeza, uma dúvida
Uma tristeza, um apoio
Uma solidão, uma companhia
Uma linha da vida... que nos marca e magoa!!!
Terça-feira, 29 de Junho de 2004
Traços e tons
[Nota introdutória]
Primeiro vem a ideia, depois vem o concretizar...
[Poema]
Agarro no lápis e começo a definir
Primeiro contornos,
Depois pormenores...
Rasgos de tinta se acrescentam,
Ora tons suaves e ternurentos
Ora tons fortes e marcantes
Combinações de cor e tons
Que se fundem como um só
E o quadro da vida ganha forma
Risco a risco...
Traço a traço...
Cor a cor...
Tom a tom...
[Conclusão]
Nunca se conclui verdadeiramente
Há sempre algo a corrigir
Há sempre algo em mudança
Nem que seja a perspectiva como o vês
Nem que seja a perspectiva de como o vêem
Segunda-feira, 28 de Junho de 2004
Simplesmente é...
Uma hora incerta...
Uma janela entreaberta...
Uma vela acesa...
...e os pensamentos começam a fluir!!!
Não é de propósito
Nem por acaso
Simplemente é...
Não há razão
Não há sentimento definido
Simplesmente é...
Não há realidade
Não há sonho
Simplesmente é...
Não há concreto
Não há abstracto
Simplesmente é...
Uma hora incerta...
Uma janela entreaberta...
Uma vela acesa...
...e os pensamentos começam a fluir!!!
Domingo, 27 de Junho de 2004
Rochedos e mar
Sentada nos rochedos
verdes do musgo
Onde batem as ondas
por vezes suaves outras nem tanto
Paro um pouco a contemplar
o cenário digno de fotografar
O mar onde o sol reflecte
e a luz se espalha
Sentada nos rochedos
fecho os olhos por momentos
Onde batem as ondas
borbulhando espuma
Paro um pouco a contemplar
as falésias altas e imponentes a contrapor
O mar onde o sol reflecte
e repousa em danças de gaivotas
Sentada nos rochedos
recuo no tempo... uns anos
Onde batem as ondas
de tempos que já não voltam mais
Paro um pouco a contemplar
o futuro que vejo no horizonte...
O mar onde o sol reflecte
a imagem do guincho de Santa Cruz.
Sexta-feira, 25 de Junho de 2004
De olhos fechados
De olhos fechados me deixo levar pelo cansaço
De dias intermináveis, noites sem fim
Busco a paz na vela que me guia
Busco a calma e serenidade de que preciso
De olhos fechados me sinto mais próxima de mim
De quem fui, de quem sou e de quem serei
Busco fragmentos do passado
Busco retalhos de futuro
De olhos fechados vejo a chama acesa
De alturas de calmaria ou de agitação
Busco um sinal de vida
Busco a vida de um sinal
De olhos fechados...
Ou abertos... tanto faz
Busco algo que me mantenha viva
Como a chama que arde sem fim
Até um dia se extinguir por completo!!!
Quinta-feira, 24 de Junho de 2004
Sentimentalmente falando...
Com simpatia te aproximas
Com simplicidade me conquistas
Com alegria te vejo
Com curiosidade te estudo
Com expectativa contigo falo
Com interesse te ouço
Com sensibilidade te toco (com ou sem palavras)
Com entusiasmo me deixas
Com pensamentos teus sonho
Com gestos teus me hipnotizo
Com vontade de te conhecer melhor fico
Com pena embora te vais
Com tristeza te vejo partir
Com desejo por te ver novamente espero
Com um sorriso nos lábios de ti me lembro
Confusa me deixas... sentimentalmente falando!!!
Quarta-feira, 23 de Junho de 2004
Pele e olhos castanhos
Numa altura de reflexão sobre a temática do racismo, um poema nasceu...Porque te acusam a ti?
Sim, a ti?
Só porque a tua pele
Tem a cor dos meus
Castanhos olhos?
Acusam-te (por vezes)
Sem razão,
Só por puro preconceito...
...Porque querem acusar alguém!!!
Oh! Rapaz da cor dos meus olhos
Porque és tu quem é acusado
E não eu por também ter essa
Cor nos olhos?
Será que a cor é assim tão importante?
Tão decisiva e acusadora,
Tão sem regresso,
Tão triste!!!!
Sorri e mostra os dentes
Da cor da minha branca pele
E talvez não sejas acusado
Como eu não sou por ter
Olhos castanhos!!!!
28.05.2000